quinta-feira, 2 de julho de 2020

Uma primavera fria para Bishop


O mapa

Terras nômades
o cajado da cultura
não lhe circunscreve o contorno

sua natureza singela soa algas nos olhos
a pronúncia da fruta mastigada
a mirada desfaz dentro do mar

seus passos viram nadadeiras
sua sutil armadilha de conquista
dentro das águas lentas
nosso amor, mulheres
na solidão do tal caboclo
imóvel em terra alheia sonhador
sabe que as montanhas ao longe
definem a paisagem do amor.

o sotaque estrangeiro era aquele do nome
pertencente imóvel dentre todas as bocas
devoradoras do ocaso.  

afagamos teus contornos distintos
teus peixes invisíveis teus cardumes
sonhando nome de cidades
inexistentes no fundo do mar.

há mais coragem em cidades de terras vizinhas?
pergunta de penínsulas que elevam a ponta
polegar adiante como cartografia de cores.

Terras nômades, invento a terra que o mar levanta
o vazio das absurdas falanges.

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