quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Invento que tenho vizinhos



Aqui de cima vê-se os que caminham pela mesma avenida
Hoje, invento que tenho vizinhos para o que sabem de mim
Seria a composição de uma filarmônica suas bocas
Movediças com todo magma explodindo dentro
Ouve-se daqui: sabia que iria matar veja, ele morreu
Faço um pacto com o primeiro ofício
A porta é a entrada para o camarim
Um teatro: eles gritam, morte
Um branco cheio de adeus.
Hoje resolveram que as mãos da mulher de vermelho
Ficaria toda a tarde exposta a janela
Eu acenando os contatos dos que querem sair da ilha
Escrevendo a defesa dessa mulher, um legado
Matou por legítima defesa, ele o homem
Veja bem, por quanto tempo ainda terei de aguentar aqui
Entre as presas entre as dobras com a gota quente da planta
Que decai visão inóspita.
Deserta, garrafas, pombos correios, estruturas de cal
Arquitetam a mínima diferença nenhuma resposta.
Seus ouvidos sempre atentos
Precisam que fale baixo para que não me percebam
Se olho tanto desenho pelos becos outro município dentro da tarde
O céu pede para que eu lhes lembre ainda é verão
As histórias estão fartas por se acabarem
O traço errôneo de um script dizia em suicídio
Mas se não faço do passado pedra como pode
A mulher de vermelho mover além dos braços em esguelha
Vou a mostra e ensino em público como se devem comportar
Cavar um túnel de visão e apontar legado em forma de melodia
A tarde cava céus. Não percebem?
Os bons anfitriões sequer olham
Invento e faço crer que se lançam o olhar
Aqui dentro desse não há obstáculo algum
Para não se ver que mora dentro a contorcionista
Confundida com o verde dos seres que habitam outra dimensão
Atento para que não a confundam comigo
Atento para guardá-la escondida com todas
As obsessões desse século
Invento que há alguns anos de maior silêncio
E enquanto não me vem, posso ficar dentro dele
De resguardo ou esguelha.

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