construo
uma imagem
para
as transparências dessa ciência.
revisto
a pele com os ossos da memória arco antes das
descobertas,
o abrir na espera
do
vão metafórico entre:
o
que não se aprende nem se ensina
mão
que se retira silente
apalpa
os cabelos da mulher
nas
águas do rio
que
permanece obscuro.
você
diria um texto feito de verdade prontas?
num
grito primal, não acredito
na
solidão anterior ao grito, nem
em
espasmos que ausentes atravessam
essas
margens.
deve
haver transparências no que
se
escreve. Dos automatismos sons
da
máquina de escrever
à
queda anterior ao som,
no
que desaparece, desfaz
ao
simples toque de dedos.
capaz
de pronunciar uma letra
e
saber de ti, não acredito em
qualquer
emissor. Caminha
nas
esferas do rio
sabe
que só precisa de um invólucro
para
caber as valises do que pode até romper
com
as mãos. Saturno –
embaralha
a ordem
dos
objetos dentro do texto
e
a trilha de verdades prontas
são
todo um enredo de transparências
a
ponta de um mistério que se
deve
seguir:
o
nível consciente e inconsciente
a
marcar único trajeto
no
princípio fim
resto
do grito primal onde
ouve-se
o solene cravo
na
boca insígnia do nome
ao
avesso germe drama desmorona
de
tom e tom atinge
cascais
cravo no que diz
dentro
da voz a foz
inteiriça
na garganta serpente
mentira
do restauro cor destituída
do
dito que não se entende
mas
capta verdades.
agora
que entramos em outro
território,
as verdades prontas
são
invólucros contra as inquietações,
não
há memória que adormece
os
enredos, são espécie de intuições.
naquela
noite ele dissera os enredos
são
os pedaços de nossas feridas.
como
se soubesse nessa vida
só
mesmo um itinerário de rotas
cortadas.
Pergunto se
as
histórias contadas são
hiatos
de nossas descomposturas
sempre
adivinho antes de dizer
o
vocábulo gritam abram as portas
dentro
dela palavra mansa pela qual você
caminhou
para fora jardim íntimo
das
delicadezas interrompidas.
talvez,
você também não suportasse
uma
casa que secasse seus contornos
como
a morada pássaro seca
sua ordem natural por afluentes.
a
casa pedra que tentasse adentrar
sem
ainda a fala das artérias
terra
por onde recolhemos
o
tempo por debaixo
de
nossos poros.
invento
voltas para que você não me veja
não
precisa dizer de como gosto de ouvir
as
mesmas historias sendo contadas
por
personagens diferentes
quando
o epílogos são sempre dentro
da
geometria de um sol longínquo
ser
semente é ainda um ventre
de
destinos incertos, sugar a maré
comporta
átimos de um gesto.
com
o tempo
ela
se aproxima com olhos de cavalo
seu
cérebro pensa em uma resposta
tudo
isso porque foges de mim,
foges
de ti, não vês
sendo
fogo que crepita
o
que dentro se queima?
cavalos
não aninham
o
dorso imóvel dentro de si.
ainda
estava dentro dela e disse
sou
os espasmos da memória
o
que nasce fora de mim
não
será o esmo do ser
que
te transita pela casa.
ainda
uma espécie de assombração,
saberia
pelo trauma que caminha enterrado,
escrever
dentro a rasura do ventre.
mesmo
que ele fale os poemas
são
as transparências pelas quais
gosto
de ver o mundo,
ainda
há muitas arqueologias
a se revelar.
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