Da hipnose que transfere
do alto você vê o que em mim cala
nos gestos do outro lado, não te vejo
somente simulacro ao que representa
alquimia das mulheres que guardam
a alma detrás do palco, para algum
script secreto, pescador de fundos falsos
experimentamos o palco para pura montagem
o tempo é real, mas os ângulos falsos.
quando do alto avista pássaros de asas leves
pensa que sou o que em mim está
passo perene como nas voltas
daquele prato de sopa que, certa vez,
vimos num restaurante tailandês
entre curvas claras as pessoas comem
os alimentos inexistentes com olhares quites
deliciam unidas um mundo de belezas ausentes.
o branco sobre o branco sobre o branco
sombras retas e uma mulher encostada no divã
uma curva real e um segredo fabricado.
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